O sono e a produtividade
FONTE: Edson Valente - Do UOL, em São Paulo
Quem nunca “pescou” naquela reunião que começa logo após o almoço? A
vontade de tirar um cochilo depois de comer é comum, mas é preciso evitar que a
necessidade de dormir comprometa o desempenho no trabalho.
“Fisiologicamente,
ter sonolência após uma refeição mais encorpada é uma tendência natural do ser
humano”, lembra Fernando Morgadinho, pesquisador do Instituto do Sono e
neurologista do hospital Albert Einstein.
Dicas
para evitar o sono no trabalho
Contudo, uma moleza que beira o
incontrolável pode ser um sinal de que algo não vai bem com a quantidade ou a
qualidade do sono, o que merece uma investigação, adverte o médico.
Apneia, movimentos periódicos dos membros e bruxismo, exemplifica, são
desvios que prejudicam o descanso durante a noite e, consequentemente, acentuam
o torpor diurno. A saída, nesses casos, é buscar tratamento.
Quando não há nada de errado com a saúde, a dica é verificar se o número de
horas que se tem dormido é o suficiente, o que varia de acordo com a
constituição de cada um.
Repouso em dia, resta prestar atenção no que se come – e adotar hábitos que
ajudem a manter o organismo em estado de alerta durante o expediente
vespertino.
“As pessoas distribuem mal a alimentação”, avalia Julia Vasconcellos,
sócia-diretora da NutriCorp, que configura dietas balanceadas para
colaboradores e executivos de empresas. “Não comem direito no café da manhã e
exageram no prato do almoço, o que faz com que o corpo gaste mais energia para
fazer a digestão”, diz. Motores a toda no sistema digestivo, então, derrubam o
vigor da atividade cerebral.
Assim, investir no café da manhã é um bom começo para evitar exageros
posteriores. Vasconcellos também sugere um lanchinho matinal para abrandar a
fome do meio-dia – pode ser realizado até meia hora antes do almoço. “Pode
incluir castanhas, frutas, um Polenguinho, ou uma barra de cereais, um
iogurte”, lista. Mas não todos eles juntos, obviamente.
Ao almoçar, lembre-se de que os alimentos mais gordurosos e calóricos são os
mais difíceis de serem processados.
Além disso, alguns componentes aparentemente inofensivos para quem quer se
manter desperto podem favorecer o “Boa Tarde, Cinderela”. Caso do feijão e,
surpresa, da alface, “que dá sono em algumas pessoas”, afirma a nutricionista.
Remediar
Perdeu a linha e excedeu-se nas frituras, nos filés empanados e em outras
tentações? Calma, a tarde ainda não está sob os domínios de Morfeu, o deus
grego dos sonhos.
Para afugentá-lo, opte, por exemplo, por uma voltinha no quarteirão antes de
sentar-se para trabalhar. “Andar ativa o sistema de vigília”, explica
Morgadinho. Se a atividade física é rotineira, o benefício é ainda maior.
“Expor-se à luminosidade natural também ajuda.”
Algumas empresas reservam um espaço para que seus funcionários relaxem após
o almoço. Se for possível fazer uma “siesta”, o ideal é que ela dure no máximo
20 minutos. “Se dormir muito, acordará pior do que antes, bêbado de sono”,
previne o neurologista. A exposição à luz natural é recomendada para depois da
soneca.
Abusar da cafeína para manter-se acordado pode ser uma solução de curto
prazo. Com o tempo, porém, o exagero frequente pode se converter em um vício
indesejável.
“É preferível tomar o cafezinho uma hora após a refeição, para que ele não
prejudique a absorção de nutrientes”, orienta Vasconcellos.
Um docinho também pode ser uma injeção de ânimo, mas o açúcar deve ser
consumido com moderação. Afinal, ninguém quer perder o sono com o sobrepeso e a
obesidade.
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