Por Sonia Jordão - nossa amiga Sonia, é engenheira formada na Univale, consultora independente nas áreas da Qualidade e Produtividade, certificações e projetos especiais. Vive e trabalha na capital mineira - Belo Horizonte.
O Programa 5S’s é uma ferramenta da qualidade que
visa à mudança de hábitos pessoais, em prol da melhoria do ambiente de trabalho
e da saúde física e mental das pessoas. Para entender como o Programa funciona,
é preciso, além de entender e vivenciar cada um dos seus cinco “S”, saber um
pouco mais sobre o que são os hábitos.
É comum ouvirmos frases como “Fulano tem o hábito
de...” ou “Isso é questão de hábito.”. Mas o que vem a ser, afinal, “hábito”? O
termo “hábito”, do latim “habitus”,
está associado ao comportamento que aprendemos e repetimos, sem que para isso
tenhamos que pensar para realizá-lo. Ele é composto por nossos costumes, nossa
maneira de viver, nos comportar e agir.
É graças ao hábito que não precisamos pensar toda
vez que damos um passo para andar, pois ele faz com que determinadas ações
sejam automáticas. Sem ele, teríamos sempre que aprender a falar, andar e
trabalhar, por exemplo. Até mesmo nossas preferências alimentícias são questões
de hábitos. A criança que durante a infância é incentivada pelos pais a comer
verduras, legumes e frutas, será um adulto consumidor desses alimentos. Aquelas
que não tiveram esse incentivo, dificilmente serão apreciadoras desses tipos de
alimentos. É tudo uma questão de hábito.
E, se tudo é questão de hábito, como, então, os adquirimos?
A criação de hábitos está associada a alguns fatores como a repetição, a
atração, o interesse, a conformidade com a natureza, aos intervalos, a
maturação e aos testes e erros.
A repetição é uma forma de treinamento, em que o
maior ou menor grau de perfeição de um ato dependerá da frequência em que o
praticamos. A repetição faz com uma ação persista e seja mais facilmente
executada, tornando-se um hábito.
O fator da atenção é de extrema importância para a
aquisição de um hábito. Além de repetirmos uma ação, temos que ter atenção para
selecionar os movimentos que nos serão úteis, organizá-los e intensificar o
nosso interesse.
O interesse será o nosso combustível para nos
habituarmos mais rapidamente a uma situação ou ação. Motivação, desejo e
ambição são fundamentais para que possamos adquirir os hábitos desejados.
A conformidade com a natureza garante que o hábito
desejado esteja em acordo com as nossas exigências naturais. Podemos, por
exemplo, ficar horas sem beber água, mas não conseguimos criar o hábito de
viver sem água, pois ela é fundamental para mantermos uma boa saúde e qualidade
de vida.
O fator dos intervalos determina que devemos
realizar atividades com intervalos programados para melhor aprendermos ou
adquirirmos um hábito. Para nos habituarmos a frequentar a academia, por
exemplo, começamos com exercícios mais leves e com intervalos determinados entre
uma atividade e outra. Só depois de nos habituarmos e melhorarmos o nosso
condicionamento físico, é que os exercícios aumentam e o intervalo entre eles é
modificado.
A tentativa e o erro são características que fazem
parte de nossa vida desde que éramos bebê. É comum criarmos hipóteses e
testá-las. O erro nos permitirá crescer, pois teremos que pensar em uma nova
hipótese e testá-la novamente, até que ela esteja correta. Diante do acerto,
vamos criando pequenos hábitos até que haja a fixação do hábito. Por exemplo, o
recém-nascido não sabe falar, para conseguir o que deseja ele testa hipóteses
até que o seu desejo seja atendido. O choro é uma dessas hipóteses que deu
certo, já que diante dele há a presença de um adulto, geralmente a mãe ou o
pai, que verifica a necessidade da criança.
O fator maturação é o tempo adequado para adquirir
um hábito. Antes ou depois desse tempo é difícil que consigamos adquirir um
novo hábito. Quando falamos que uma pessoa é “cabeça dura” ou que ela nunca
muda é por causa desse tempo de maturação. Seus hábitos já estão enraizados,
dificilmente ela os mudará ou irá adquirir novos.
Depois que adquirimos uma série de hábitos, eles
podem ser enquadrados em algumas categorias. Temos os hábitos orgânicos, que
garantem a nossa adaptação a novos ambientes; os hábitos motores, que estão
relacionados a nossa personalidade, a nossa forma de agir, falar, andar e
escrever, por exemplo, e até aos nossos tiques nervosos; e os hábitos mentais,
determinam a nossa forma de pensar e de sentir, como os hábitos de agir com
ética e de sempre cumprimentar um conhecido.
Bom, não se esqueça de algo importante: os hábitos
podem ser mudados. Novas situações podem exigir novos hábitos e atitudes. Sem
falar nos hábitos desagradáveis e prejudiciais que precisam ser mudados para
que possamos ter um convívio melhor com as pessoas que nos cercam.
Sonia Jordão é especialista em
liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro “A
Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e dos livros de
bolso “E agora, Venceslau? – Como deixar de ser um líder explosivo” e “E agora,
Lívia? – Desafios da liderança”.
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